Urucu, ou urucum,
é o fruto do urucuzeiro ou urucueiro (Bixa orellana), árvore da
família das bixáceas. É uma planta nativa das Américas
e que foi levado para a Europa no século XVII. Produz o
corante natural bixina, que apresenta folhas
de cor verde-claro e flores rosadas com muitos estames.
Seus frutos são cápsulas armadas por espinhos maleáveis, que se tornam vermelhas quando ficam
maduras. Então se abrem e revelam pequenas sementes dispostas
em série, envoltas em arilo vermelho.
É ornamental pela beleza e colorido de suas flores e utilíssima
como fornecedora de sementes condimentares, estomáticas, laxativas,
cardiotônico, hipotensor e antibiótico, agindo como antiinflamatório para as
contusões e feridas, apresenta também emprego na cura das queimaduras. Dela se
extrai o óleo industrial. A infusão das folhas tem ação contra as bronquites,
faringite e inflamação dos olhos.
Outra propriedade especial é sua eficácia no
tratamento da prisão de ventre e hemorragias em geral. Suas sementes e folhas produzem efeitos diuréticos, e contêm
propriedades adstringentes e antibacterianas. Seu uso contínuo fortalece a
função renal e o aparato digestivo. Proporciona alívio de azia, indigestão e o
desconforto estomacal proveniente de comidas picantes.
Na indústria de alimentos, as sementes são utilizadas para dar cor
em manteiga, margarina, maionese, molhos, mostarda, salsichas, sopa, sucos,
sorvetes, produtos de panificação, macarrão e queijo. No Brasil, a tintura de
urucu em pó é conhecida como colorau e usada na culinária para realçar a
cor dos alimentos. É apreciado pela quase ausência de sabor e por não
apresentar os efeitos prejudiciais dos corantes artificiais.
Muitos aborígines utilizam o corante, obtido em mistura, para
colorir os objetos de cerâmica e outros vasos de uso doméstico. A maioria dos
índios colore a sua pele para embelezarem-se durante os rituais religiosos e
por uma necessidade de protegerem-se dos raios ultravioletas do sol e das
picadas dos pernilongos que infestavam as matas. Há também o simbolismo
de agradecimento aos deuses p
elas colheitas, pesca ou saúde do povo.
Tratando-se de uma planta tipicamente tropical, o seu cultivo pode
ser realizado em diferentes regimes climáticos, porém, tanto a temperatura como
a precipitação pluviométrica, poderão tornar-se fatores limitantes ao bom
desenvolvimento da cultura. Ela
desenvolve-se bem numa amplitude térmica entre 22 e 27º C. Os ventos, quando
frios e fortes, podem causar prejuízos na fase de formação da planta, chegando
a rasgar as folhas e diminuindo a eficiência fotossintética, retardando o
desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta.
O plantio deve coincidir com o
início do período chuvoso. Em regiões litorâneas, este período corresponde aos
meses entre abril e julho. Em sistema de cultivo irrigado, recomenda-se o
plantio durante todo o ano. As sementes do urucu contêm celulose (40 a 45%),
açúcares (3,5 a 5,2%), óleo essencial (0,3% a 0,9%), óleo fixo (3%), pigmentos
(4,5 a 5,5%), proteínas (13 a 16%), alfa e beta-carotenos e outros constituintes.
A poda deve ser executada visando facilitar a colheita da fruta. A
poda drástica é realizada cortando os ramos até a altura de 0,80 m e 1,20 m. Os
ramos laterais são reduzidos também à distância entre 0,50 m e 1,00 m em
relação ao tronco principal do urucuzeiro, enquanto que, a poda branda elimina
somente os ramos do terço superior da planta (1,20 m a 1,50 m de altura).
Esta espécie
vegetal também é cultivada por suas belas flores e frutos atrativos. Rápida em seu crescimento pode ser usada em
reflorestamentos e como ornamental. Seus frutos são cachopas que se abrem no
final do verão expondo suas sementes, mostrando a sua total maturação.
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