Quando pensamos em
cactos, campos áridos e desérticos nos vêm à cabeça. Essa associação de imagem é
válida uma vez que a família das cactáceas é originária de locais desérticos, com
rara incidência de chuva ou de terrenos que sofrem longos períodos de estiagem,
com solo arenoso ou rochoso.
Cactaceae é a família botânica representada pelo cacto. São, em média, 84 gêneros e 1.400
espécies nativas das Américas. Frequentemente são utilizados como plantas ornamentais, mas alguns são
usados também na agricultura. São plantas pouco usuais, que apresentam ampla
variação anatômica e capacidade fisiológica de conservar água.
Apresentam uma modificação caulinar chamada de Cladódio. Seus caules expandiram-se em estruturas suculentas verdes perenes
contendo aclorofila necessária para vida e crescimento,
enquanto suas folhas transformaram-se nos espinhos pelos quais os cactos são
bem conhecidos.
Os cactos existem em ampla variação de formatos e tamanhos. O mais alto
é o Pachycereus pringlei, cuja altura
máxima registrada foi 19,20 metros, e
o menor é Blossfeldia liliputiana, com apenas
cerca de 1 cm de diâmetro. As flores dos cactos são grandes, como os espinhos e ramos. Muitas espécies
apresentam floração noturna já que são polinizadas por insetos ou pequenos
animais noturnos, principalmente mariposas e morcegos.
No Brasil, os cactos são
encontrados nas restingas da mata atlântica, no cerrado e na caatinga. Eles resistem
muito bem a ambientes estressantes, com falta de água e altas temperaturas,
exigem pouca manutenção, rega e fertilização. Possuem formas e cores
exuberantes e lindas flores. Jardins de cactos são modernos e atraem aves, já
que a maioria das plantas possuem flores e frutos.
A maioria das cactáceas
apresenta crescimento muito lento e espinhos que não são venenosos, mas podem
machucar. A variedade dos espinhos (grandes e pontiagudos, ou pequeninos e
numerosos, formando uma "penugem") e o formato escultórico são os
chamarizes da planta.
Os espinhos são a
característica fundamental dos cactos: "resquícios" de folhas
existentes há centenas de anos, as estruturas são adaptações aos ambientes a
fim de diminuir a perda de água. Há exceções, como as espécies Rhipsalis sp, que não apresentam
espinhos, mas devem viver protegidas do sol.
Todos os cactos são
plantas suculentas, porque em alguma parte de seu corpo reservam água para
sobreviver. A parte suculenta pode ser a folha, o caule, o rizoma ou a raiz, ou
seja, todos os cactos são suculentas, mas nem todas as suculentas são
cactos.
Mesmo que reservem água
e sejam resistentes ao calor, os cactos como qualquer outro ser vivo não podem
ficar sem água. Em casa, geralmente, as cactáceas devem ser regadas uma vez por
semana ou a cada quinze dias. A periodicidade depende do tamanho do vegetal,
mas para não errar, a melhor e mais eficaz maneira de verificar a necessidade
de rega é sentindo o substrato: se a terra estiver muito seca é hora de
molhar.
Os cactos são plantas de
sol, mas adaptáveis. Podem viver dentro de casa desde qu e recebam luz. Como
precisam de solo bem seco, é de vital importância manter o substrato bem
drenado. Para isso, use areia e cascalhos misturados a terra. Esse cuidado
garante porosidade e leveza ao substrato, importante, principalmente, nos
jardins sujeitos a chuvas.
No caso de jardins plantados
em canteiros é recomendado que a terra receba uma camada de drenagem composta
por cerca de 30 cm de pedras ou argila expandida, para só depois receber a
terra adubada misturada com areia lavada. Esses cuidados específicos com a
terra implicam na formação de um jardim desértico exclusivo para suculentas,
com predomínio de cactos, pedras e areia.
A
adubação deve ser realizada com fertilizantes de longa durabilidade, com os
orgânicos com regularidade mensal e em pequenas doses. Existem cactos de todos
os tamanhos, desde os mini até os de grande porte, e todos podem ser plantados
em vasos, pois tendem a acompanhar o crescimento das raízes.
Os cactos também podem
ser podados, mas se forem plantados em local adequado, considerando a dimensão
da planta adulta, não há necessidade de podas. Se houver necessidade, o corte
deverá ser feito em época de seca, não de chuvas.
A reprodução pode se dar
por sementes, propagação de brotos ou estaquia. Muitas espécies produzem brotos
laterais em abundância e a partir delas é possível fazer a divisão e replantio.
Já a reprodução por sementes é muito mais trabalhosa, inclusive pela demora no
crescimento. Os cactos também sofrem com pragas, sendo os agentes mais
comuns os ácaros e as cochonilhas. Nesse caso a produtora recomenda a aplicação
de óleo de Neem, que combate insetos e ácaros.
Posso cortar os espinhos do cacto com alicate? Tenho um mandacaru médio, mas tenho medo do meu filho se machucar.
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