Hydrangea macrophylla , conhecida pelos nomes comuns de hortênsia, hidrângea ou novelão,
é uma espécie fanerógama (plantas com aparelho reprodutor visível ou plantas de
sementes) arbustiva, pertencente ao gênero Hydrangea, nativa do Japão e da China, mas que atualmente pode ser cultivada como planta ornamental em
todas as regiões de clima temperado e subtropical.
A espécie apresenta flores rosadas ou azuis dependendo do pH do solo: em
solos ácidos as
flores são azuis, enquanto em solos alcalinos são cor-de-rosa. A hortênsia é rica em princípios ativos, incluindo o glicosídeo, cianogénico hidrangina,
que as torna venenosas. Quando ingerido em grandes quantidades, causa cianose, convulsões, dor abdominal, flacidez muscular, letargia, vómitos e coma.
É um arbusto caducifólio, lenhoso na
base, mas com consistência sub-herbácea nos raminhos jovens, com até altura
entre 02 e 03 metros e uma
largura de copa que pode atingir 03 metros. O ritidoma é
acastanhado e fibroso nos ramos mais antigos, liso e esverdeado nos ramos
juvenis.
Macrophylla é um nome latino que significa grandes
(longas) folhas. Trata-se
de uma referência às grandes folhas opostas
que caracterizam a espécie. As folhas são simples, membranosas, ovais a
elíptico-orbiculares, acuminadas, com 07 a 20 cm de comprimento, com os
bordos serrilhados.
Entre o início do verão e final do outono, ela
produz ampla inflorescência, com múltiplas
flores em tons de cor de rosa ou azul. A
inflorescência é um corimbo (inflorescência aberta, na qual o eixo é curto e os
pedicelos das flores são longos, inserindo-se a diferentes alturas do eixo. O
comprimento de cada pedicelo floral é tal que todas as flores do corimbo abrem
a um mesmo nível), geralmente com todas as flores colocadas num único
plano, mas por vezes com as flores formando uma estrutura hemisférica, ou mesmo
esférica, em algumas formas cultivadas (popularmente designadas por novelão).
A espécie produz dois tipos de flores: as centrais,
não ornamentais por serem desprovidas de pétalas bem
desenvolvidas, são férteis; e as periféricas, ornamentais, com grandes pétalas
coloridas, geralmente descritas como estéreis.
A floração começa no início do verão e estende-se
até o início do inverno, persistindo até à queda das folhas, mas com o seu auge
no final da primavera. É possível manipular a coloração das flores utilizando
aditivos que alterem a disponibilidade de alumínio no solo, aumentando a sua concentração por adição de sais daquele metal ou variando o pH
para controlar a sua biodisponibilidade. O fruto é uma pequena cápsula subglobosa.
Extratos de folhas de Hydrangea macrophylla estão sendo estudados como possíveis fontes
de novos compostos com atividade antimalárica. O ácido hidrangeico das folhas está sendo estudado como possível fonte
de compostos antidiabéticos, tendo sido demonstrado que baixa
significativamente a concentração sanguínea de glicose, triglicerídeos e
ácidos livres.
A espécie é utilizada para criar contrastes
em intervenções de paisagismo. A sua folhagem rica e de grande tamanho é um
excelente fundo para realçar canteiros de flores brancas ou de cores claras,
mesmo de espécies perenes ou anuais altas. Em climas quentes H.
macrophylla é utilizada para adicionar um toque de cor no início do
verão em áreas com sombra, particularmente em jardins florestados. É
recomendada um poda mínima para tornar a
floração mais prolífica. As flores são facilmente secas ao ar e são duradouras,
pelo que são utilizadas como flores secas em decoração de interiores.
No sul do Brasil, estado do Rio Grande do Sul, existe uma região
denominada "Região das Hortênsias", caracterizada pelo ajardinamento de casas e
rodovias com esta espécie. Gramado, cidade mais representativa desta
região turística, tem a hortênsia como sua flor símbolo. Em função da altitude e do clima ameno,
a hortênsia está extremamente difundida em Campos do Jordão.
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