“Quando as palavras fogem, as flores falam”.
(Bruce W. Currie)
O Parque Güell é um dos pontos turísticos mais
visitados de Barcelona. Desperta um interesse nos turistas pela relação que tem
com o autor responsável pelo projeto do parque, o catalão mundialmente famoso Antonio
Gaudí. O belíssimo conjunto arquitetônico a céu aberto revela a fase
naturalista de Gaudí, que imprimiu detalhes do seu estilo pessoal em diversos
elementos e mobiliários do parque.
Um dos principais pontos do Parque Güell é o terraço principal, que
possui um banco feito à imagem de uma serpente. Gaudí aparentemente fez as
curvas usando um operário nu sentado em barro molhado como modelo. Construído
nos primeiros anos do século 20, este espaço urbano deslumbrante foi mais tarde
convertido de conjunto habitacional a jardim municipal, coberto de mosaicos. É
um local surpreendente, assim como os ninhos das aves também criadas por Gaudí.
Gaudí, um dos maiores nomes do modernismo, foi
contratado inicialmente para realizar um projeto de urbanização da área, que
receberia casas luxuosas. No entanto, o empreendimento fracassou. Mas, anos
depois, em 1922, foi inaugurado pelo poder público como parque.
Desde então, é um dos destinos mais procurados pelos
turistas e um espaço muito utilizado para espetáculos ao ar livre, como shows e
atos públicos. Uma das melhores surpresas durante o passeio até o Güell é a
vista panorâmica que ele oferece da cidade. A paisagem de Barcelona observada
do alto do parque une-se às obras de Gaudí para concretizar um dos melhores
passeios pela Espanha.
Temas como o nacionalismo catalão, misticismo e poesia arcaica também
são incorporados na concepção do parque. O Güell é integrante das “Obras de
Antoni Gaudi”, Patrimônio Mundial da UNESCO, e uma bênção não só para o povo de
Barcelona, mas para os visitantes de todo o mundo. As vistas são insuperáveis.
O Parque
Güell é um grande parque
urbano situado
no distrito
de Gràcia, na
cidade de Barcelona, na vertente virada
para o Mediterrâneo, do Monte Carmelo, não muito longe do Tibidabo. Foi encomendado pelo
empresário Eusebi Güell. Construído entre
1900 e 1914. Em 1969 foi nomeado Monumento
Histórico Artístico de Espanha.
O Parque Güell é um reflexo da plenitude artística
de Gaudí, pertence à sua etapa naturalista (década de 1900), período no qual o
arquiteto catalão aperfeiçoou o seu estilo pessoal, inspirando-se nas formas
orgânicas da natureza e pondo em prática uma série de novas soluções
estruturais originadas na sua análise da geometria
regrada. A isso
acrescentou uma grande liberdade criativa e uma imaginativa criação
ornamental.
Uma das características mais marcantes do Parque
Güell é o contraste entre as texturas e cores dos diferentes materiais de
construção (cerâmica brilhante e multicolorida versus pedra rústica castanha),
tão apreciado pelos arquitetos do modernismo
catalão.
Apesar das vantagens e preços razoáveis oferecidos
o projeto foi um fracasso comercial. Não se sabem ao certo os motivos que
levaram a isso, mas existem algumas teorias. Uma delas aponta que os
barceloneses teriam considerado que a área, então pouco urbanizada e sem
transportes públicos, ficava demasiado longe do centro de Barcelona. Uma outra
teoria defende que o Parque Güell era demasiado catalanista e que isso afastara
potenciais compradores numa época em que a burguesia catalã receava uma
revolução dos trabalhadores e queria manter-se nas boas graças do governo
central em Madrid e do seu protetor
exército.
Quando percebeu que o seu projeto era um fracasso,
Güell decidiu abrir o parque de forma limitada, permitindo ao público em geral
passear livremente no seu interior mediante o pagamento de uma pequena taxa de
admissão e acolhendo grandes eventos sociais. As obras continuaram
nas zonas comuns da urbanização até serem paralisadas em 1914, após o início
da Primeira
Guerra Mundial. Após
a morte do Conde Güell (1918), os seus herdeiros venderam o parque ao Município
de Barcelona em 1922 para o converter em público, tendo este sido
inaugurado como parque público em abril de 1926.
Entre 1987 e 1994 foi levado a cabo um restauro do
parque, a cargo de Elies Torres i Tur e Josep Antoni Martínez i Lapeña, com a
colaboração do arquiteto e historiador Joan Bassegoda. Continua pendente
um projeto de qualificação da encosta norte do monte – que não foi incluída no
projeto de Gaudí –, especialmente a zona da Fonte de San Salvador de Horta e
do Castillo d'en Frey, uma mansão senhorial construída na década de 1920 e derrubada
na década de 1960, da qual somente restam
vestígios das muralhas.
Diversas estruturas do parque, incluindo as abóbadas dos pavilhões da
entrada, o teto da sala hipostila e o banco ondulante, são compostas por
elementos pré-fabricados e posteriormente montados nos seus lugares e ligados
uns aos outros, uma técnica construtiva inovadora para a época. A área é imensa e
dá para passar algumas boas horas do seu dia passeando entre as colinas, se
perdendo entre os caminhos e descobrindo aqui e ali obras de Gaudí. Só que a
gente sabe que, quando viaja, o luxo de passar um dia inteiro num parque,
andando aleatoriamente é um luxo para poucos.
Caminhar e conhecer todas as formas dos jardins e
monumentos projetados por Gaudí e seus colaboradores. As formas onduladas,
fazem alusão à natureza e se espalham por cerca de 17 hectares. Passarelas
cobertas por colunas em forma de árvores, estalactites e outras formas
geométricas brotam dos numerosos jardins.
Traços políticos e religiosos também devem ser
observados, pois refletem a influência que Gaudí e Güell tiveram na execução da
obra. A Casa-Museu Gaudí é outro ponto do parque cuja visita é obrigatória por
abrigar móveis e desenhos do artista espanhol, que morou por alguns anos na
casa.
A Gran Plaça Circular é considerada o centro do parque.
É a partir dela que os outros monumentos foram erguidos e direcionados.
Mosaicos coloridos enfeitam o banco gigantesco que existe na praça. Na entrada
do parque, as abóbadas dos pavilhões de entrada refletem a tentativa de Gaudí
em sintonizar a natureza e o sagrado em um único monumento. Ao longo da
escadaria que liga a entrada ao topo do parque está a escultura de uma
salamandra, que virou símbolo do Güell.
Quando visitar: entre maio e junho o clima favorece a
visita. Setembro também é outro mês agradável.