A
combinação dos espinhos que despontam nas bordas das folhas com os benefícios
que estas oferecem à saúde inspirou o nome da planta. Conhecida por
espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Reiss),
a espécie perene e de porte arbóreo-arbustivo tem uso anti-inflamatório e no
combate a problemas estomacais. Seu cultivo é considerado ótimo para fins
econômicos e adequado para ser usado em sistemas agroflorestais, além de compor
o paisagismo de diferentes ambientes.
De
plantio simples, está entre as culturas medicinais mais produzidas, segundo
pesquisa realizada por especialistas da Agência Paulista de Tecnologia para o
Agronegócio, do polo regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral
e da UNESP. Nativa do Brasil, a espinheira-santa tem origem incerta, embora o
estado do Paraná seja apontado como o local onde provavelmente surgiram os
primeiros exemplares.
Também
chamada de espinho-de-deus, salva-vidas, sombra-de-touro, erva-cancerosa e
espinheira-divina, a planta possui flores de coloração amarelo-esverdeada e
frutos pequenos e vermelhos. Ao contrário do que ocorreu até o fim da década de
90, período em que predominava o extrativismo da planta, o cultivo da
espinheira passou a avançar nos últimos dez anos. Atualmente é encontrada na
região que vai de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Pertence
à família Celastraceae, a árvore ramificada
desde a base pode atingir cinco metros de altura a partir da propagação por
sementes, principalmente em área de clima tropical, com temperaturas que variam
de 20ºC a 30ºC. Chás feitos de suas folhas, preparados pelo processo de
infusão, são indicados pela medicina popular para tratamento de úlceras
gástricas e duodenais, entre outros problemas do aparelho digestivo, como
gastrite, indigestão, azia e refluxo. Em problemas de pele, a planta tem efeito
cicatrizante. Todas essas propriedades vêm sendo estudadas por pesquisadores em
universidades do país, com comprovação científica para o combate de gastrite e
úlcera gástrica já registrada na literatura.
A
propagação é realizada por meio de sementes. Elas podem ser coletadas
diretamente das áreas de plantio quando começar a queda espontânea das árvores,
principalmente de dezembro a fevereiro. Uma alternativa mais prática é comprar
mudas prontas em floras.
A
espinheira-santa prefere solo argiloso, que deve ser drenado e ter bastante
matéria orgânica. Prepare um “berço” com adubação de plantio para receber as
mudas entre a primavera e o verão, época das chuvas. O espaçamento indicado é
de 1 metro na linha e 2,5 metros entre linhas.
Na
sementeira, use terra de mata e, no plantio, 5 quilos de composto orgânico por
cova. A opção é colocar 2,5 quilos de esterco de aves acrescido de 300 a 500
gramas de fosfato natural. Em todo início de primavera até o oitavo ano, faça
adubação em cobertura de 3 quilos de composto orgânico.
O
crescimento da planta é lento e chega a levar de quatro a seis anos, após o
transplante da muda, para atingir a primeira colheita, que deve ser feita no
início da primavera e quando a planta atinge a partir de 50 centímetros. No ano
seguinte, colha logo acima das ramificações formadas pela poda anterior. Como a
planta necessita de dois anos para recuperar a quantidade de folhas de sua
copa, o produtor pode podar, no primeiro ano, metade da copa e, no outro ano, a
outra metade, obtendo colheitas anuais.
Após
a colheita, descartam-se as folhas manchadas ou danificadas. Em seguida, o
material passa por secador a 40º C, separando os galhos das folhas, que são
acondicionadas em sacos de polietileno rotulados com nome da planta, data da
colheita, início e fim da secagem. As folhas devem ser armazenadas pelo menor
tempo possível.
SOLO: os argilosos, porém, bem
drenados e com alto teor de matéria orgânica
CLIMA: desenvolve-se melhor na faixa
de 20 a 30º C
ÁREA
MÍNIMA: de
1.000 a 2.000 metros quadrados para cultivo comercial
COLHEITA: de quatro a seis anos após o
transplante da muda
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